sábado, 5 de maio de 2018

Minha coluna desta semana no Correio do Brasil

Jornal Correio do Brasil

Um 1º de Maio de estrelas sem estrelas


O bom dia,  boa tarde e  boa noite, ecoaram pelas redondezas de uma PF partidarizada, com a força qualitativa das representações partidárias; sindicais, sociais.

Por Maria Fernanda Arruda – de Curitiba
Certamente predominaram os velhos jovens amadurecidos na capital curitibana, atual das tantas centralidades políticas contra um golpe que permanece retrocedendo no tempo e no espaço, com a prisão da maior liderança deste país adormecido, Luís Inácio Lula da Silva. Uma liderança necessária para voltarmos à transitar pela democracia, com alguma segurança inclusiva, representativa e, principalmente, participativa.
A colunista do Correio do Brasil Maria Fernanda Arruda; ao lado do ex-governador Jaques Wagner (PT), no 1º de Maio, em Curitiba
A colunista do Correio do Brasil Maria Fernanda Arruda; ao lado do ex-governador Jaques Wagner (PT), no 1º de Maio, em Curitiba
Os diversos acampamentos organizam exemplar resistência, multiplicam-se, mesmo em função das últimas medidas repressivas e dos hediondos atentados. Crimes patrocinados pelos construtores e propagadores  da cultura do ódio! Tiros que amedrontaram a presença solidária da militância e acirraram as contradições entre os solidários moradores e uma parcela minoritária, afinada com o segmento míope de seguidores do juiz condenador.
O bom dia,  boa tarde e  boa noite, ecoaram pelas redondezas de uma PF partidarizada, com a força qualitativa das representações partidárias; sindicais, sociais, entre uma diversidade de movimentos em movimento, brasileiros; latino-americanos, europeus.

O histórico 1º de Maio

A praça Santos Andrade, (praça da democracia), centro histórico de Curitiba ficou vermelha após a aguardada, simbólica e bela, caminhada de 25 km desta síntese da ocupação orgânica e produtiva, o conhecido MST, somando-se às delegações nacionais e internacionais presentes acolhidas.
O show do fiel escudeiro Renegado, da iluminada voz de Beth Carvalho, ponto alto, e da bonita Ana Cañas, intercaladas entre discursos de um sindicalismo que parou no tempo. Nas cadeiras de gabinetes e propensos timbres da burocracia; sem capacidade de iniciar uma greve geral em setores estratégicos, para se contrapor ao grande capital.
Capital beneficiado com o retrocesso institucional de um país, que era livre, inclusivo, mais ainda passivo para reagir à altura coletiva e consistentemente ao processo desconstituinte. Vale uma reflexão das tantas narrativas; construídas sobre pilares insustentáveis de versões negativas. Ou excessivamente positivas; entre números que variam entre 10 mil pessoas presentes e os 100 mil desejados.
Um universo real de quase 20 mil militantes aguerridos e conscientes dos distanciamentos da representação tradicional de partidos; que não alinharam um discurso perceptível e multiplicador para encorajar movimentos reais. Com um viés de ruptura quanto ao retrocesso instalado no país.
Pequenas notas
  • Os atentados continuam, entre tiros e este desproposital ataque de um policial federal, o delegado, Gastão Schefer Netto, detido e liberado instantaneamente. Lamentável encerrar a semana com tantos atos hediondos, justificados por servidores públicos, sem espírito público.
  • Desembarque do exército dos EUA para exercícios sem autorização do congresso argentino merece preocupações redobradas.
  • Uma nova onda progressistas vai se formatando na América Latina; com Andrés Manuel López Obrador no México; Gustavo Petro na Colômbia, Veronika Mendoza no Peru; Gabriel Boric e GiorJackson no Chile, Boulos e Manuela no Brasil… 


Maria Fernanda Arruda é escritora e colunista do Correio do Brasil.

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